Moramos fora de Lisboa e levantamo-nos bem cedinho de manhã para conseguirmos enfrentar o trânsito e entrar na cidade a horas decentes.
Ás vezes o G fica nos avós (em Lisboa), isso permite-lhe dormir sempre mais um bocadinho de manhã.
Um dia desta semana, quando o fui buscar para o levar à escola, saímos (de casa dos avós) eram já 8:50. Eu apressava-o dizendo-lhe repetidamente "faltam dez p'rás nove, faltam dez p'rás nove!".
Ele insistia e perguntava-me as horas e eu repetia "dez p'rás nove, dez p'rás nove!" E ele imitava-me, fingindo stressar.
No carro, no curto trajeto, ele folheava um catálogo de brinquedos. A cada nova página que passava dizia "quero isto!"
A certa altura:
- Oh, é isto, é mesmo isto. Mãe, mãe,olha. É isto que eu quero!
Eu, a conduzir, respondi:
- Não posso G, a mãe está a conduzir, tenho que ir com atenção.
- Mas mãe, é isto que eu quero, tens de ver.
- Marca a página e quando pararmos o carro mostras à mãe.
- Está bem, olha, custa vinte e oito p'rás noventa e cinco!
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